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quinta-feira, 26 de novembro de 2015

CARNAVAIS MALANDROS E HERÓIS: POR UMA SOCIOLOGIA DO DILEMA BRASILEIRO

Malandragem

A malandragem nos dias de hoje se aproxima da violência e da bandidagem, que afronta a ordem e as autoridades, distinguindo-se por exemplo do malandro da década de 30 que era bem visto por todos.
Segundo DaMatta (1997) o malandro se encontra em uma linha intermediaria entre o caxias, que é um indivíduo que respeita todas as leis e regras da sociedade, e o bandido ou criminoso que se exclui da sociedade rompendo com as importantes regras sociais. Podemos definir o malandro como o meio termo aceitável ou razoável entre o caxias e o bandido.
Em outra vertente tem-se o otário, ou seja o indivíduo que permite a existência do malandro. O otário pode ser identificado como sendo o estado ou o caxias.
DaMatta (1997) propõe uma distinção entre o malandro e a malandragem como valor, pois a malandragem é algo que fazemos no dia a dia, como comprar produtos pirateados. É neste ponto que o otário tem a sua origem: quando por exemplo alguém compra um produto licenciado de elevado valor monetário ao invés de optar pela compra de um produto não licenciado idêntico ao original, porém de baixo valor monetário.
Algumas praticas comuns de um malandro são: Não declarar ou declarar parcialmente o imposto de renda, negligenciar os sinais de transito, compra de produtos não licenciados ou que não pagam direitos autorais, furar filas entre varias outras práticas.
A malandragem é um sintoma de má relação de um indivíduo com o estado. Uma sociedade de malandros é criada quando o estado prega leis que contrariam aquilo que é praticado por sua população ou que esta população considera uma pratica razoável, isso torna ações comuns em crimes.
A malandragem apresenta então uma outra vertente da sociedade se opondo em parte à sociedade que quer leis e possui um furor jurídico.
No berço politico podemos encontrar “Malandro Oficial candidato a Malandro Federal” é o que diz uma frase escrita por Chico Buarque na década de 1950 e que cabe muito bem aos dias de hoje.


REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA


DaMatta Roberto. Carnavais, malandros e herois: por uma sociologia do dilema brasileiro. 6. ed. Rio de Janeiro: Rocco, 1997.

Por: FARIA, Leandro dos Santos Graduando de Geografia da FASM-Muriaé.